domingo, 4 de novembro de 2018

Eleições 2018 – Uma Semana Depois


O SUFRÁGIO ONDE O BRASILEIRO SE OLHOU NO ESPELHO E O QUE VIU FOI HORRÍVEL


Nada de bom sai dos extremos. Não é questão de direita ou de esquerda, mas uma questão de história. 

Nestas eleições, no primeiro turno, haviam treze candidatos e o brasileiro escolheu as duas piores opções possíveis para o país. Em um ambiente onde todos estão revoltados, cansados de corrupção, violência urbana, insegurança pessoal, fica fácil fomentar a busca por um inimigo. Alguém que você possa culpar. Um saco de pancadas que você não precisa ter vergonha de bater.


Ao colocar Bolsonaro contra PT, o país literalmente rachou ao meio. Era a extrema esquerda contra a extrema direita. O meu bem contra o seu mal. A minha verdade contra a sua mentira. E os fins justificam os meios, seja através de notícias falsas, discursos vazios, verdades maquiadas. Ninguém pensou no lógico: são dois políticos discutindo e as verdades de um candidato variam de acordo com as pesquisas eleitorais e tudo é válido para se chegar ao poder.

Bolsonaro venceu a eleição, mas o PT não vai mudar suas diretrizes. O projeto de santificação do Lula vai continuar e eles estarão todos posicionados da forma que se sentem mais confortáveis que é como bancada de oposição. Quem perdeu foram todos os outros brasileiros que se vestiram de 13 ou 17. Brigaram com amigos, parentes, ofenderam e saíram magoados uns com os outros.

Um país partido ao meio.

Não acredito que os próximos quatro anos serão bons. Também não acredito que seria melhor se quem tivesse vencido fosse o outro candidato do segundo turno. Fomos condenados a quatro anos de azar pela nossa própria incapacidade de pressentir a arapuca que armamos para nós mesmos ao colocar dois lados que se odeiam como escolha final. Abdicamos do dever de votar pelo projeto optando pela facilidade de escolher pelo ódio. Agora é rezar para uma surpresa positiva que mais parece um pedido de milagre, já que fomos avalistas de nosso próprio destino através do voto popular.

“Eu vejo em vossos olhos o brilho que faz saltar o coração. Vejo que cremos firmemente que um dia,  quando olharmos para o horizonte, veremos nossa bandeira tremular como a maior entre as nações... Mas esse dia não é hoje.”

Como escritor e quadrinista, seguiremos com nossa programação normal de críticas ao poder, a sociedade e os rumos da humanidade. Deixo claro que não é por posição partidária ou solidariedade a grupos raivosos, mas simplesmente porque, parafraseando Millôr Fernandes, “Criar arte é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”

Se pudesse dar um conselho seria de aceitar o resultado das urnas com o lembrete que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. Estamos todos no mesmo barco em um mar grande e ameaçador. Agora é aguardar a fúria do oceano em nossa caravela chamada Brasil.

Caramba, como este mar está feio!...Tomara que o barco não fique à deriva ou afunde. Que Deus nos ajude e amém!

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