quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Excelsior Eterno!

Após o Choque, é Hora de Falar Sobre João Carpalhau

Vinte e sete de julho foi um dia estranho. Logo de manhã minha esposa deu a notícia do falecimento do nosso amigo e Lutador das Artes Sequenciais da Baixada Fluminense, João Carpalhau. Um ataque cardíaco fulminante ceifou sua vida na noite anterior. Custou a cair a ficha. Não acreditei na hora. Já perdi familiares e amigos antes, mas a gente sabia da notícia que estava doente ou no hospital. As únicas mortes repentinas que me lembro foram as de minha Avó e do meu amigo Sérgio. Quando minha avó faleceu eu tinha uns nove anos, já o Sergio estava em outra cidade e fazia tempos que não tinha notícias dele. Mas o Carpalhau... Cara, no dia anterior havia postagem dele na rede!

Conheci o Carpalhau em uma visita que ele fez à Escola Lipe Diaz, conheci um pouco do trabalho dele e ganhei uma revista do Detrito, personagem que criou. Carpalhau adorava quadrinhos de Herói, Detrito é uma versão bem brasileira do Monstro do Pântano. Para uns ele era um comunista, para mim ele foi um cara que via o quadrinho com a mesma saudade que tenho, como um entretenimento de massa, que podia ser vendido barato em bancas de revistas.

O Capa Comics é um grupo de resistência às artes cada vez mais caras e mais distantes de uma forma de lazer e entretenimento simples como era antigamente. Me lembro quando era criança, na época da inflação alta de juntar dinheiro para comprar as revistas que eram de meu interesse nas bancas. (Dois Barões - Dois Mil Cruzeiros). Saia da escola e religiosamente visitava cada banca que encontrava só querendo confirmar a data que o lote de revistas chegaria. Era uma época diferente de hoje, as crianças andavam a pé ou de bicicleta pelo bairro sem preocupações...

Deixo aqui meu abraço a Lu, esposa do Carpalhau e, porque não dizer, a delegada do grupo. Aos demais membros do grupo, o Hamilton em especial, que é com quem eu mais tenho contato. E desejo ao Capa Comics força, neste momento. Vejo o Capa como uma banda que perdeu o vocalista... A morte é sempre uma situação inconveniente! Só posso olhar para cima e dizer: "Pô, Carpalhau! Que hora tu inventou de subir, heim?"

Excelsior!